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Quinta meditação Pascal: “Permanecei no Meu Amor: Um Chamado à Conversão Contínua”

Quinta meditação Pascal: “Permanecei no Meu Amor: Um Chamado à Conversão Contínua”

Por Erick Breno:

Há pouco tempo, vivenciamos o tempo quaresmal, um período em que a Igreja nos convidou à conversão por meio do jejum, da penitência e da oração. Foi uma preparação profunda para vivermos, com intensidade e espírito de abertura, cada dia da Semana Santa, culminando na alegria da ressurreição de Cristo, celebrada no Domingo de Páscoa.

Agora, ressuscitados com Cristo, somos chamados a dar continuidade à sua missão: ir ao encontro do outro, levando a certeza de que estamos unidos a Jesus, vinculados por seu amor. Um amor que já se manifestava desde o Antigo Testamento, como lemos em Isaías: “Mesmo que as montanhas se retirem e as colinas se movam, o meu amor não se afastará de ti e a minha aliança de paz não será abalada” (Is 54,10). Essa promessa atinge seu ápice no Novo Testamento com a ressurreição de Jesus Cristo, que é o núcleo central da fé cristã. Como afirma o apóstolo Paulo: “Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia também é a vossa fé” (1Cor 15,14).

Neste sexto domingo da Páscoa, continuamos a celebrar a alegria do Cristo ressuscitado. Ao mesmo tempo, a liturgia nos antecipa o envio do Espírito Santo, aquele que virá para ensinar, recordar e fortalecer.

Na primeira leitura, somos apresentados aos primeiros desafios enfrentados pela Igreja primitiva, especialmente no chamado Concílio de Jerusalém. Esta passagem nos convida a refletir que, mesmo sendo a Igreja o “Corpo de Cristo”, com o próprio Cristo como sua cabeça, ela ainda está inserida no mundo e, portanto, sujeita a conflitos, dúvidas e discernimentos. Apesar disso, sua missão é clara: dar continuidade aos ensinamentos deixados por Jesus, conduzindo a humanidade à salvação.

A segunda leitura, retirada do livro do Apocalipse, apresenta a visão da Nova Jerusalém, a cidade gloriosa. É importante lembrar que o Apocalipse é, acima de tudo, um livro de esperança. A Nova Jerusalém representa a realização escatológica, ou seja, a cidade renovada pela ação salvadora de Deus ao longo da história. Essa imagem não fala apenas de um evento futuro, mas nos convida à transformação interior já no presente. Como cristãos, somos chamados a viver essa renovação pessoal, permitindo que a graça divina inunde nossos corações e nos conduza à conversão contínua, preparando-nos para a vida eterna com Deus.

No Santo Evangelho, Jesus declara: Quem me ama guardará a minha palavra, e meu Pai o amará.” Essa é a palavra do amor  o mandamento que dá sentido a todos os outros. Somos convidados a refletir: estamos verdadeiramente vivendo o amor que Jesus nos ensinou? Amar quem nos ama é fácil; o desafio está em amar aqueles que nos ferem ou que vivem em situações difíceis, . O amor cristão não coloca condições: é pleno de misericórdia, generosidade e perdão. Quando escolhemos amar assim, refletimos o coração de Cristo no mundo.

Percebe-se, portanto, que as leituras deste domingo formam uma unidade rica: na primeira leitura, vemos os desafios da Igreja em sua missão; na segunda, somos lembrados da meta escatológica e da transformação interior; e no evangelho, Jesus nos convida a permanecer fiéis ao amor e à sua palavra. Sabendo que retornará ao Pai, Ele nos promete o Espírito Santo, que será nosso defensor e guia. É esse Espírito que nos capacita a enfrentar os desafios, a perseverar na fé e a não esquecer tudo aquilo que nos foi ensinado.

Autor: Erick Breno Silva da Cruz

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