O caminho formativo presbiteral é composto por um período prévio de primeiro discernimento e por duas fases: a formação inicial, período da conclusão do primeiro discernimento do chamado vocacional até a Ordenação presbiteral e a formação permanente, período da Ordenação presbiteral até a conclusão da vida em fidelidade e comunhão com a Igreja, de forma gradual e unificante.
A formação inicial faz parte de um único caminho, mas acontece em três etapas e de forma progressiva: a etapa do discipulado, ou estudos filosóficos; a etapa da configuração ou fase dos estudos teológicos e a etapa pastoral ou de síntese vocacional. A meta para a qual se orienta o caminho formativo é o sacerdócio ministerial, enquanto participação na Igreja do mesmo sacerdócio de Jesus Cristo, visando capacitar os futuros presbíteros para o ministério da Palavra, para o ministério do culto e da santificação e para o ministério do pastoreio como serviço ao Reino e à Igreja.
Quem pode ser padre?
Para que um jovem assuma a vida religiosa ou presbiteral, é necessário um tempo suficiente para sua experiência de amadurecimento humano, afetivo, intelectual, comunitário e espiritual. A vocação e o ministério presbiteral são dons de Deus à sua Igreja. A Igreja acolhe os candidatos ao presbiterado proporcionando-lhes acompanhamento e formação sólida, em vista do discernimento, da confirmação e do amadurecimento, para se tornarem pastores do povo de Deus. Quem é chamado ao ministério não é senhor da sua própria vocação, mas administrador de um dom que Deus lhe confiou, para o bem de todo o povo. Ao mesmo tempo, toda a comunidade cristã é guardiã do tesouro destas vocações, destinadas ao seu serviço, e deve sentir cada vez mais a tarefa de as promover, acolher e acompanhar.
O candidato ao sacerdócio deve ser considerado protagonista necessário e insubstituível de sua formação, integrando dons e valores, limites e fragilidades. Por isso, todo o processo formativo deve ser marcado por um clima de sã liberdade e de responsabilidade pessoal, evitando ambientes artificiais ou itinerários impostos.
Qual a função do sacerdote?
O presbítero diocesano é aquele que pertence a uma Igreja particular e nela se incardina, para, em comunhão com o bispo, o presbitério, o diacônio e os conselhos diocesanos, pastorear uma porção do povo de Deus. Ele vive no meio do mundo, como pastor entre as ovelhas. É chamado a ser missionário em sua Igreja particular. A missionariedade também inclui a dedicação à Igreja universal e, portanto, abre à missão de salvação dirigida a todos os homens, até os confins da terra. (Cf. Doc. 110, Diretrizes para a formação dos presbíteros da Igreja no Brasil).
O que é um leigo consagrado?
A vocação do leigo consagrado é do nosso tempo e para o nosso tempo que necessita de homens e mulheres comprometidos. O leigo consagrado vive no mundo, unindo fé e história, temporal e eterno, graça e natureza. Sua tarefa consiste em dar vida e renovar em Cristo as realidades terrenas, aproximando fé de cultura.
O que é vocação religiosa?
A vocação religiosa é vivenciada por homens e mulheres que dizem “sim” a Deus e entregam suas vidas, em plenitude, a seguir Cristo e servi-lo no outro. Não é um processo que ocorre da noite para o dia. Há uma caminhada intensa para que se possa adquirir todo o conhecimento formal e espiritual necessários para se chegar à chamada consagração. A consagração acontece por meio da realização dos votos de pobreza, obediência e castidade e, geralmente, por meio de uma Congregação Religiosa.
O que é vocação matrimonial?
A vocação matrimonial consiste no convite de Deus a um homem e a uma mulher a se unirem num relacionamento de profundo amor e santidade, gerando, como fruto fecundo dessa união a vida, os filhos. São chamados, de modo muito especial, a caminharem juntos, esposo e esposa; a viverem uma só realidade e um só projeto; uma só carne, com a finalidade última de ambos alcançarem o céu, a morada eterna, selando, de forma definitiva, nossa união com Cristo. Os esposos, unidos pelo Sacramento do Matrimônio, são chamados a viver, já na realidade humana em que se encontram, a essência do próprio Deus, que é o Amor Trinitário, decorrente da relação perfeita, incondicional e plena de amor entre Pai, Filho e Espírito Santo. São chamados a viver não um amor qualquer, um amor mundano, mas sim, o amor com o qual o próprio Cristo nos amou na Cruz, um amor de entrega e doação, livre, total, fiel, fecundo e salvífico, que não tem o “eu” como destino, mas o outro.