Por Olávio Cruz:
Neste quinto domingo do tempo pascal, a liturgia nos conduz a meditar sobre os ensinamentos deixados pelo Cristo ressuscitado. E hoje somos conduzidos a refletir sobre um dos aspectos fundamentais da vida cristã: o amor ao próximo.
No evangelho de hoje, São João nos insere em um momento de intimidade entre jesus e seus amigos. Nesse contexto de familiaridade, Jesus nos ensina: “Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13, 34).
O amor cristão jamais deve ser sustentado na superficialidade. Ele precisa ser vivido profundamente, a ponto de nos tornar capazes reconhecer no rosto do outro a imagem do Cristo. Amar verdadeiramente é aprender a ver as pessoas não apenas com as limitações dos nossos sentimentos e julgamentos, mas a partir do olhar e da misericórdia de Jesus Cristo. Assim, seremos capazes de ver o próximo com os olhos misericordiosos do Ressuscitado e oferecer-lhe mais do que as nossas limitações são capazes suprir, e oferece-lhe o que há de mais precioso: o amor que ele precisa (BENTO XVI, 2006, p.33).
Meus amigos, o amor é uma força construtora que transforma e edifica nossas relações. “O amor ao próximo é uma estrada para encontrar também a Deus” (BENTO XVI, 2006, p.30). Amar nos aproxima de Cristo. Que tenhamos um amor puro, semelhante ao exemplo dado por Cristo, de se doar totalmente e sem reservas – até à cruz, se preciso for.
Amar também é assumir os pequenos sacrifícios pelo bem-estar do amado. A liberdade de poder escolher o sacrifício de entrega ao outro é o que dá sentido às nossas relações fraternas no lugar em que habitamos. Sacrifícios não são sinais de derrota, mas de força e coragem – Coragem de ver no outro as minhas próprias fragilidades. O primeiro e eterno sacrifício foi dado primeiramente por Cristo no alto da cruz, e é nessa entrega total que Ele nos revela o rosto misericordioso do Pai.
O Papa Francisco afirma que: “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. […] Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré” ( FRANCISCO, 2015, p.3).
Irmãos e irmãs, o Reino de Deus não pode ser visto por nós como uma realidade distante aos olhos. Ele deve ser plantado ainda aqui na Terra, nos lugares em que habitamos. Ele deve ser cultivado em nossas relações, pois Jesus nos exorta: Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13, 35). Onde houver amor, ali está a semente do Reino de Deus.
Referências biliográficas:
BENTO XVI. Deus Caritas Est: Sobre o Amor Cristão. São Paulo: Paulinas, 2006.
FRANCISCO. O Rosto da Misericórdia: Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. São Paulo: Paulinas, 2015.
Autor: Olávio Aparecido Silva da Cruz- 1° Ano da Configuração