Caso alguém lhe dissesse: “Feliz ano novo”, já neste primeiro dia de dezembro, provavelmente você acharia estranho, pois, afinal de contas, ainda faltam trinta dias para que este sonoro e repetitivo refrão encontre seu lugar e soe aos nossos ouvidos. Porém, liturgicamente falando quem dissesse tal frase estaria correto. Como assim? Isso mesmo. Com o início do Tempo do Advento não somente nos colocamos, como Igreja Católica, na perspectiva e expectativa pela Solenidade da Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo, como também iniciamos o novo Ano Litúrgico. Então “Feliz ano novo litúrgico” e que será vivido até a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo (23/11/2025).
Teremos em nossas igrejas a tradicional Coroa do Advento e a cada Domingo o acréscimo de uma vela acesa, colocando a comunidade celebrante na expectativa d’Aquele que há de chegar, sendo “Luz do mundo”. É necessário que haja uma boa preparação, sempre à luz da Palavra de Deus e com os tradicionais encontros em família, vizinhos, grupos já formados e outros que se formarão para a oração e reflexão da “Novena do Natal em Família”. As luzes, enfeites, confraternizações e festas já programadas não podem tirar o brilho e o esplendor da contemplação de quem é o centro de todos estes festejos, Deus que nasce em Belém.
A proposta que a liturgia faz aos fiéis celebrantes, durante o Tempo do Advento, é perceber em cada perícope dominical do Evangelho a presença do Cristo Senhor, a começar de hoje com o tema da “vigilância”. Para a Bênção da Coroa do Advento o presidente da celebração rezará: “Que ele, ao chegar, nos encontre vigilantes na oração e proclamando seu louvor” e “Senhor Deus, vós chamais nossa Comunidade à vigilância”. Esta é a palavra de ordem ao iniciarmos este novo tempo litúrgico. Tudo isto será iluminado pelos versículos extraídos dos escritos de Lucas, Evangelho para este Ano Litúrgico, Ano B.
“Haverá sinais”. Quais? Serão vários, mas todos eles apontando não para a catástrofe e a destruição e sim para o Ressuscitado com poder e glória: “então verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória”. Por que ficar vigilantes? Para perceber o momento da vinda do Senhor. Atenção, pois não deverá ser momento de pânico, pelo contrário, “levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”. É para isto que o Senhor virá uma segunda vez e para tanto deve nos encontrar vigilantes e não “insensíveis” e tomados pela mundanidade dos fatos e acontecimentos que roubam o lugar do Senhor em nossas vidas. Ao final de tudo, movidos pela oração, “em pé diante do Filho do Homem”.
Por: Padre Tadeu R. Pereira