VIDA DE SANTA MARGARIDA
Margarida nasceu em uma família rica, na Borgonha, França, em 1647. Seus pais eram católicos fervorosos, mas não o suficiente para permitir que sua filha se tornasse freira. Não obstante, aos 5 anos de idade, Margarida se consagra ao Senhor, fazendo voto de castidade. Porém, apenas aos 24 anos, ao vencer a resistência dos seus pais, conseguiu entrar para a Ordem da Visitação, fundada por São Francisco de Sales.
A partir de 1673, Margarida Maria começou a receber até visitas de Jesus, que lhe pedia para ter uma devoção particular ao seu Sagrado Coração, que lhe aparecia “radiante como o sol, com sua chaga adorável, coroado de espinhos, sobre o qual despontava uma cruz, sobre um trono de espinhos”.
Margarida Maria Alacoque faleceu em 17 de outubro de 1690. Margarida foi beatificada por Pio IX, em 1864 e canonizada por Bento XV, em 1920.
PRIMEIRA APARIÇÃO
A primeira grande aparição se deu em 27 de dezembro de 1673, na festa de São João Evangelista. Santa Margarida Maria estava em oração diante do Santíssimo Sacramento, quando se sentiu invadida pela presença divina.
A exemplo do Apóstolo amado, na última ceia, Jesus da a esta humilde freira a graça repousar por longo tempo em seu divino peito e lhe revela as maravilhas do seu amor e os segredos de seu Sagrado Coração.
Jesus Cristo disse Sta. Margarida Maria: “Meu coração está tão apaixonado de amor pelos homens, e por ti em particular, que não podendo mais conter em si as chamas de sua ardente caridade é preciso que as espalhes por teu intermédio e lhos reveles, para que se enriqueçam com seus preciosos tesouros….”
Enquanto era dada esta mensagem, foi-lhe mostrado o Coração de Jesus.
Apareceu-lhe “como um trono de fogo em chamas, mais brilhante e mais refulgente que o sol e transparente como cristal. A chaga aberta pelo soldado na cruz aparecia bem visível. Estava cercado com uma coroa de espinhos e no alto uma cruz, a mostrar desde que este Sagrado Coração foi formado, que a cruz esteve plantado nele…” Ao dizer “ Meu coração está tão apaixonado de amor pelos homens”, e mostrando este mesmo coração, Jesus chama-nos a abrir o nosso coração de pedra para que sejamos inundados pelas torrentes de amor que jorram do Seu Sagrado Coração aberto na cruz.
SEGUNDA APARIÇÃO
O Senhor havia dado uma grande graça a Santa Margarida Maria, a qual seria fundamento de várias outras, deixando como sinal uma dor permanente no coração da Santa, no local onde havia feito uma chaga, agora já fechada, sendo que assim nos descreve Santa Margarida Maria as palavras de Nosso Senhor:
“E como sinal de que a grande graça, que acabo de te fazer, não é imaginação, mas o fundamento de todas as que ainda te concederei, embora já tenha fechado a chaga de teu lado, ficar-te-á a dor para sempre. Se até agora tomaste apenas o nome de minha escrava, agora te dou o de discípula dileta de meu Coração.”
A partir daí, nas primeiras sextas-feiras, o Sagrado Coração de Jesus manifesta-se como sol radiante, fornalha ardente a Santa Margarida Maria, sendo considerada ou chamada de segunda aparição do Sagrado Coração de Jesus à discípula bem-amada, devido à grande revelação ao mundo, momento este em que é descrito por Santa Margarida:
“Uma vez, entre outras, quando estava o Santíssimo exposto, depois de ter-me sentido retirada de dentro de mim mesma, com um recolhimento muito grande de todos os meus sentidos e minhas potências. Jesus Cristo, meu doce Mestre, apareceu-me todo radiante de glória com as cinco chagas, brilhantes como cinco sóis. Sua sagrada humanidade lançava chamas de todos os lados, mas sobretudo de seu sagrado peito, que parecia uma fornalha. Abrindo-o, mostrou-me seu amantíssimo e amabilíssimo Coração, que era a fonte viva daquelas chamas. Foi então que ele revelou-me as maravilhas inexplicáveis de seu puro amor, e o excesso a que chegara em amar os homens, de quem não recebia senão ingratidões e friezas.”
TERCEIRA APARIÇÃO
A terceira grande aparição, ocorreu em 1675, na oitava da festa do Corpus Christi. Na capela, Margarida Maria estava adorando o Santíssimo Sacramento, quando recebeu graças muito grandes de Deus e sentiu-se impelida a corresponder-lhe de algum modo e de “pagar-lhe amor com amor”. De súbito, recebe de Deus “graças excessivas de amor”. Neste momento, Jesus descobrindo seu divino coração, diz-lhe:
“Eis o coração que tanto amou os homens, que nada poupou até se esgotar e consumir para testemunhar-lhes o seu amor; e em reconhecimento não recebe da maior parte deles, senão ingratidões por meio das irreverências e sacrilégios, tibiezas e desdéns que usam para comigo neste Sacramento de amor. E o que mais me custa, é tratar-se de corações a mim consagrados os que assim me tratam. Por isso, que seja constituída uma festa especial para honrar meu Coração na primeira sexta-feira depois da oitava de Corpus Christi.
Comungue-se, nesse dia, e seja feita a devida reparação por meio de um ato de desagravo, para reparar as indignidades que recebo durante o tempo que fico exposto sobre os altares. Eu te prometo que o meu Coração se dilatará, para derramar com abundância os benefícios de seu divino amor sobre os que lhe tributarem essa honra e procurarem que outros a tributem”