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Boletim Mensal da Guarda de Honra- Maio 2025: “Alegria: Dom que provém do Coração de Jesus”

Boletim Mensal da Guarda de Honra- Maio 2025: “Alegria: Dom que provém do Coração de Jesus”

UMA HORA PARA CONSOLAR O CORAÇÃO DE JESUS

Arquiconfraria da Guarda de Honra do Sagrado Coração de Jesus tem como finalidade elevar os fiéis a uma verdadeira vida contemplativa gerando verdadeiros adoradores do Coração de Jesus. Para que tal fim seja alcançado, a principal prática oferecida pela Guarda de Honra e que marca toda a sua espiritualidade é a chamada “Hora de Presença”.

A Hora de Presença ou Hora de Guarda tem sua inspiração nos primeiros guardiões do Coração de Jesus: Nossa Senhora, Maria Madalena e o apóstolo João. Esses três personagens emblemáticos foram aqueles que permaneceram com Jesus diante da Cruz do seu momento de agonia até sua morte. Inspirados nesse exemplo, a Arquiconfraria da Guarda de Honra pede a todos os fiéis que, ao ingressarem na Confraria, escolham uma hora do seu dia para “vigiarem” junto ao Coração de Jesus.

Durante essa hora do dia, que deve ser fielmente observada, cada fiel oferece ao Coração de Jesus os seus afazeres diários, não havendo a necessidade de ir até a igreja ou “parar para rezar”, como comumente falamos. A intenção da Hora de Presença não é fazer o fiel sair de sua casa e ir até a igreja para se encontrar com Jesus, mas encontrá-lo em meio aos afazeres do dia a dia. Jesus se importa com a vida humana de maneira integral e, portanto, com todos os seus afazeres, assim, tudo pode ser transformado em oração, desde que seja feito com o coração voltado para Deus.

Desse modo, para que o objetivo da Hora de Presença seja alcançado, aconselha-se que os fiéis escolham alguma hora do dia entre 6h e 18h, pois compreende-se que, no geral, esse é o horário em que nos encontramos em meio aos trabalhos cotidianos. Aqueles que, por ventura, esquecerem de sua hora de guarda, não estão em pecado. É necessário somente escolher uma outra hora do dia para oferecer ao Coração de Jesus. A Hora de Presença inicia-se com uma pequena oração e encerra-se com o Pai nosso, Ave Maria e Glória ao Pai, nas intenções do Santo Padre.

“tudo pode ser transformado em oração, desde que seja feito com o coração voltado para Deus.”

Assim, além de santificar nossas atitudes e cumprir o dever de Guarda de Honra, aperfeiçoamos os nossos trabalhos, pois tudo aquilo que é feito com Jesus deve ser feito da melhor maneira possível. Dessa forma, estaremos cumprindo o apelo do salmista (cf. Sl 69,21), consolando com nossas vidas aquele que por nós deu a sua vida.

 

CORAÇÃO DE JESUS: ALEGRIA SEM FIM

A felicidade, muitas vezes, é confundida com uma satisfação passageira, como algo que nos faz simplesmente sorrir, por exemplo, quando alguém conta um fato engraçado, uma piada. No entanto, quando falamos de alegria sem fim, ou felicidade, estamos falando de uma realidade duradoura que permanece para além das tempestades que podemos enfrentar na vida. De acordo com a nossa fé, a alegria verdadeira “é, por essência, participação espiritual na alegria insondável, ao mesmo tempo divina e humana, que está no coração de Jesus Cristo glorificado” (São Paulo VI, Gaudete in Domino, II).

Mas como falar de felicidade infinita num mundo marcado por tanto sofrimento e morte? Principalmente neste momento em que vivemos o luto pela morte do Papa Francisco parece meio fora de lugar falar de alegria sem fim. Mas é justamente o tema da alegria que o Papa Francisco trouxe em sua primeira Exortação Apostólica e em todo o seu ministério: “A Alegria do Evangelho”. Ele foi um homem que testemunhou e anunciou a alegria e a esperança num mundo marcado pelo sofrimento e pela tentação do individualismo: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (1).

“A alegria pascal é a certeza de que o sofrimento e a morte não têm a última palavra.”

Diante da tristeza egoísta e do indiferentismo de muitos, a resposta dada pela nossa fé é esta: a alegria pascal, a certeza de que o sofrimento e a morte não têm a última palavra. É precisamente isto que o Jubileu da Esperança nos mostra: uma fé que nos dá a certeza da ação de Deus em nossas vidas.

Nós fomos feitos para viver a alegria da vida e do amor de Deus. O Coração de Jesus nos revela que essa vida não pode se concretizar em nós se nos fecharmos em nós mesmos. Somente imitando o seu exemplo podemos descobrir a verdadeira alegria. O livro dos Atos dos Apóstolos nos recorda essa descoberta, citando as palavras do próprio Jesus: “Há mais felicidade em dar que em receber” (20,35). Somente na doação da nossa vida, no ato de gastar tudo o que temos e somos para o bem do outro, encontramos a felicidade. Nesse sentido, o sofrimento, apesar de não ser algo desejado por Deus, pode se tornar uma oportunidade para que encontremos o que tanto desejamos. “Sofrer com o outro, pelos outros; sofrer por causa do amor e da justiça; sofrer por causa do amor e para se tornar uma pessoa que ama verdadeiramente: estes são elementos fundamentais de humanidade, o seu abandono destruiria o mesmo homem” (Bento XVI, Spe Salvi, n. 39).

Esse sofrimento, profundamente radicado no mistério da humanidade, foi assumido pelo próprio Filho de Deus, aquele que nos amou e se entregou por nós (cf. Gl 2,20). A partir de sua entrega total, a nossa vida adquiriu um novo sentido, aquele que levou São Paulo a proclamar: “Fui crucificado com Cristo, e já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,19-20). Esta é a verdadeira experiência cristã: a da certeza de vivermos no amor incondicional do Coração de Jesus, a certeza de que, mesmo passando por sofrimentos e tristezas, podemos nos refugiar no coração Daquele que nos diz: “vinde a mim todos que estais fatigados e carregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28) . Quando vivemos a experiência da dor refugiando-nos no Coração de Jesus, sabedores de que aí está a consolação que nos dá a verdadeira alegria, podemos dizer com diz São Paulo que somos “atribulados, mas não vencidos” (2Cor 4,8).

“Esta é a verdadeira experiência cristã: a da certeza de vivermos no amor incondicional do Coração de Jesus”

É do Coração de Jesus, amoroso e misericordioso, que “renasce sem cessar a alegria”, como nos afirmou o papa Francisco. Esta é verdadeira experiência pascal, permitir que a luz e a força de Cristo ressuscitado transformem as nossas situações de morte e tristeza em vida e alegria.

Caros irmãos e irmãs, “este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!” (Sl 117,24). Aproveitemos este tempo de alegria e permitamos que os nossos corações sejam inundados pela força da ressurreição de Cristo.

Uma feliz e Santa Páscoa!

Pe. Darlan Lima

Diretor espiritual da Guarda de Honra

SÉRIE DILEXIT NOS (Síntese)

Nós, seres humanos, somos intrinsecamente seres de relação e para a relação. Ser humano é dinâmica exigente porque requer a colocação do próprio ser simultaneamente a uma abertura ao outro. De modo perfeito, como modelo máximo de relação, Deus mesmo se deu a nós, crucificado num madeiro. Ele nos fez primeiro à Sua imagem e depois Se fez como um de nós para que pudéssemos participar da vida Trinitária.

A Tri-Unidade divina é, portanto, acolhedora. Dela podemos participar a qualquer momento graças ao Coração chagado do Cristo, como dom entregue a nós por Aquele que opera em nosso coração tanto o amor como o amar. A unidade de corações no Coração de Cristo é possível se no amor de Deus nos deixarmos perder. Com a encarnação e o constante doar-Se do Deus que ama, podemos entrar ainda hoje na vida da Trindade e render-Lhe nosso amor num uníssono coração pelos tempos infinitos.

Clique aqui para ler o texto completo.

 

LOUVADO SEJAS, MEU SENHOR, PELO DOM DE FRANCISCO

Acabávamos de rememorar, em mais uma Semana Santa, os passos dolorosos dapaixão de Nosso Senhor Jesus, sua obediência e entrega total no madeiro da cruz, seu repouso e o silêncio  advindo de um aparente fracasso. Morre o Salvador do mundo, o Verbo encarnado. O hermético silêncio do Sábado Santo, porém, já anunciava aquela alegria esperada, que emergiria na Vigília Pascal: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui. Ressuscitou!” (Lc 24,5-6). Era, enfim, a Páscoa da Ressurreição. Todos os seguidores do Cristo se alegravam com aquele maravilhoso evento que deu sentido às nossas vidas. Em toda a Igreja, uma só fé: repiquem os sinos, cantem o Glória, entoem o Aleluia! Nosso Deus está verdadeiramente vivo e ressuscitado!

Em meio aos cantos de júbilo, na Praça do Vaticano repleta de fiéis, estava Pedro: debilitado pela dificuldade em respirar, Francisco passava no meio do povo, invicto e firme na fé do ressuscitado, pronto para estender ao mundo, mais uma vez, a tradicional benção Urbi et Orbi. Vimos o nosso Papa enfrentar novamente as próprias limitações e desejar um “Feliz Páscoa”, elevando o braço como podia para traçar o sinal da vitória e abençoar o mundo inteiro. Era, sem que soubéssemos, a última vez que o tão amado Papa Francisco se apresentaria diante de toda a Igreja. Com um pontificado profundamente simbólico, não poderia ser diferente: unindo-se à Páscoa de Cristo, ele fez também a sua Páscoa definitiva.

Desde o início de seu pontificado, bebemos de um ministério imbuído no Evangelho fidelíssimo de Cristo. Fez o que pôde para ensinar que os pobres excluídos, aqueles para os quais muitas vezes viramos o rosto quando por nós passam, têm cravada em si a face do próprio Cristo esperando ser amado; que Deus tem por mais sublime nome a misericórdia, infinitamente disponível a nós como perdão que não cansa de ser oferecido; que toda a criação é, em primeiro lugar, nossa Casa Comum, devendo ser zelada como tal, espaço bendito de esperança e fraternidade; que a Igreja de Cristo não é lugar para grupos distintos e separados, mas que é lugar para “todos, todos e todos”, enfaticamente repetido por ele em diversas ocasiões; enfim, que viver o Evangelho de Cristo requer compromisso diário e concreto, mas sobretudo simplicidade, ambos aspectos estampados nos doze felizes anos de pontificado guiando a barca de Pedro.

“oferecia tudo aquilo que possuía de mais precioso concedendo a benção de Roma ao mundo todo, novamente fazendo-se pobre ao dar tudo de si”

Não à toa escolheu, pela primeira vez na história, o nome de Francisco. O pobrezinho de Assis serviu de inspiração para o pontificado do pobrezinho que, de Roma, era do mundo inteiro. Aliás, a simplicidade de seus gestos e de sua vida denotam exatamente a coerência de uma vida entregue à pobreza de Cristo, uma pobreza que não reserva nada para si, mas tudo entrega em benefício do outro. Foi assim até o último dia de sua vida: quando, pela dificuldade na fala, parecia nada poder oferecer com as palavras naquele domingo de Páscoa, ele oferecia tudo aquilo que possuía de mais precioso concedendo a benção de Roma ao mundo todo, novamente fazendo-se pobre ao dar tudo de si.

“a Igreja de Cristo não é lugar todos e todos”

Assim, não deve haver em nós espaço para outro sentimento além da gratidão a Deus por dom tão precioso concedido à Igreja. “Louvado sejas, meu Senhor”, entoava São Francisco de Assis reconhecendo a bondade e o amor de Deus em todo bem criado. Seguindo seu exemplo, podemos também entoar: Louvado sejas, meu Senhor, porque nos deste a graça de um papa como Francisco, em um mundo que tanto precisava de um papa como Francisco. Quem tanto se recomendou aos fiéis para que não se esquecessem de rezar por ele, agora suplicamos que não se esqueça de rezar por nós que aqui, esperançosos, continuaremos peregrinantes, para que o mundo seja germinado pela boa semente lançada à terra, para poder florescer, ele mesmo, em Francisco.

 

UM CORAÇÃO PURO DE MÃE

“Antes de mais nada, vejamos a Imaculada como filha. As Sagradas Escrituras não falam de sua infância. O Evangelho, ao contrário, apresenta-a, ao entrar no cenário da história, como uma jovem rica de fé, humilde e simples. Ela é a “virgem” (cf. Lc 1, 27), em cujo olhar se reflete o amor do Pai e em cujo Coração puro a gratidão e o reconhecimento são a cor e o perfume da santidade. Dessa forma, Nossa Senhora mostra-se tão bela quanto uma flor que cresceu sem ser notada e que finalmente está pronta para desabrochar no dom de si. Porque a vida de Maria é uma doação contínua de si mesma.”

Homilia do Papa Francisco

08/12/2024

 

 

 

 

 

REGINA CAELI

Oração que substitui o Angelus no Tempo Pascal

Rainha dos céus, alegrai-vos. Aleluia! Porque Aquele que merecestes trazer em vosso seio. Aleluia! Ressuscitou como disse. Aleluia! Rogai por nós a Deus. Aleluia!

V/. Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria. Aleluia!

R/. Porque o Senhor ressuscitou, verdadeiramente. Aleluia!

Oremos:

Ó Deus, que enchestes o mundo de alegria com a ressurreição do Vosso Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, concedei, nós vo-lo pedimos, que pela intercessão da Virgem Maria, Sua Mãe, alcancemos as alegrias da vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

 

ORAÇÃO DO BOM HUMOR (São Tomás More)

Senhor, dai-me uma boa digestão,
mas também algo para digerir.
Dai-me a saúde do corpo,
com o bom humor necessário para mantê-la.

Dai-me, Senhor, uma alma santa,
que saiba aproveitar tudo o que é bom e puro,
e não se assuste diante do pecado,
mas encontre o modo de colocar de novo as coisas em ordem.

Dai-me uma alma que não conheça o tédio,
as murmurações, suspiros e lamentos,
e não permitais que sofra excessivamente
por essa realidade tão dominadora que se chama “Eu”.

Dai-me, Senhor, senso de humor!
Dai-me a graça de entender as piadas,
para que conheça na vida um pouco de alegria
e possa comunicá-la aos outros.
Assim seja.

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